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Surgimento das urnas eletrônicas e a revolução no processo eleitoral brasileiro

09.08.2024
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Desde sua implementação em 1996, a urna eletrônica revolucionou o processo eleitoral no Brasil, marcando um ponto de inflexão na história da democracia do país. O primeiro uso ocorreu nas Eleições Municipais de 1996, em 57 cidades, incluindo todas as capitais e municípios com mais de 200 mil eleitores, abrangendo um terço do eleitorado da época, o que representava cerca de 32 milhões de brasileiros e brasileiras. Com a introdução dessa tecnologia, o Brasil deu um passo significativo para garantir eleições mais seguras, transparentes e acessíveis.

Raízes Históricas e o Desenvolvimento das Urnas Eletrônicas

Apesar de a implementação das urnas eletrônicas ter sido efetivada apenas em 1996, a concepção de “máquinas de votar” já estava presente no Código Eleitoral de 1932, um documento que introduziu mudanças significativas, como o voto secreto, a participação feminina no processo eleitoral e a fundação da Justiça Eleitoral.

Em 1995, o projeto das urnas eletrônicas começou a tomar forma, impulsionado pela formação de uma comissão técnica composta por especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Técnico Aeroespacial (CTA). No ano seguinte, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou a distribuição das primeiras 77.969 urnas eletrônicas para uso nas eleições.

Segurança e Inovação Tecnológica

Desde o lançamento, as urnas eletrônicas foram desenvolvidas com uma forte ênfase na segurança do voto. Já no modelo de 1996, o sistema incluía a impressão do Boletim de Urna (BU), um recurso que assegurava a inviolabilidade dos resultados registrados nas urnas.

Ao longo dos anos, a urna passou por várias inovações tecnológicas. O modelo mais recente, UE2022, incorpora novas tecnologias de criptografia para prevenir fraudes e assegurar a integridade do processo eleitoral.

Acessibilidade e inclusão

Além da segurança, a acessibilidade foi outro pilar importante no desenvolvimento das urnas eletrônicas. O modelo UE96, por exemplo, incluiu números em braille no teclado, garantindo que pessoas com deficiência visual pudessem votar de forma independente. Em 2000, a inclusão de áudio para eleitores cegos e a entrada para fones de ouvido demonstraram o compromisso da Justiça Eleitoral com a inclusão.

Além da voz sintetizada, as urnas eletrônicas continuam a oferecer teclados em braile, proporcionando uma interface tátil para que eleitores cegos possam localizar e pressionar os números correspondentes aos seus candidatos de forma independente.

Desde as eleições de 2022, as urnas eletrônicas também contam com tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Este recurso é fundamental para a inclusão de eleitores surdos, garantindo que possam compreender as instruções e o processo de votação sem barreiras linguísticas.

Aprimoramento contínuo e fiscalização das urnas eletrônicas

A cada novo modelo, o TSE introduziu melhorias e atualizações para garantir a transparência e a confiabilidade do sistema eleitoral. A partir de 1998, a impressão do voto foi eliminada e foram instituídos mecanismos de fiscalização rigorosos, como a auditoria por votação paralela, que assegura a integridade dos resultados.

As urnas eletrônicas não só modernizaram o processo de votação no Brasil, como também se tornaram um símbolo de confiança na democracia brasileira. Desde 1996, ela vem evoluindo para garantir que cada voto seja contabilizado de forma segura, transparente e acessível para todos os eleitores. A contínua atualização tecnológica e o compromisso com a inclusão refletem o compromisso da Justiça Eleitoral com a integridade do processo democrático, assegurando que o Brasil siga como referência em eleições eletrônicas ao redor do mundo.

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